domingo, 6 de junho de 2010

Vazio

A vontade foi tanta, o vazio foi tanto que ele não conseguiu mais viver.
Cigarros e mais cigarros não bastavam.
Estavam sem complemento.
O vício nunca é sozinho, nunca vem sozinho, mas permanece te deixando sozinho.
Precisava de café para acompanhar de vez em quando. Mas na maioria das vezes preferia uísque.
Manchas nos dentes, amareladas creio eu, faziam parte do seu quase sorriso.
Quando a embriaguez lhe tomava, os quase sorrisos apareciam em tempo maior.
Sempre sozinho. Vazio, tão vazio que tinha medo que pessoas na rua caíssem em seu buraco, por isso evitava pessoas.
Um dia, com uísque e cigarro, resolveu encher de terra esse buraco.
E foi assim, sozinho, que foi encontrado dias depois, pelo cheiro ruim.

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