quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Mais um dia de outubro.

Falo muito, digo pouco.
Sinto muito, sinto tanto.
Seu choro aquele dia, meu bem, me fez chorar, me fez te amar.
Mas meu choro diário, escondido, que você não vê, não alteram o seu andar.
O amor, que insiste em existir, está aqui, doído e doido para te ver. Porém o coração tão machucado, não entende que não pode ser assim. Foi machucado, pisado, humilhado, e ainda assim quer furar o concreto e surgir.
Tantas são as ideias que passam na cabeça, e você nem sabe, nem procura saber.
O melhor é a distância, sempre é. Se afastar dói menos, cada que um que sofra com o que é seu de direito. Não devemos assumir a dor do outro, mesmo que provocada pela gente. A dor é dele, a dor é sua, a dor é nossa.
A dor é ridícula, como uma dia já me disse, meu bem. Sim é, porém dói.
Sua dor, que talvez não doa, você cura de uma maneira.
Minha maneira é outra, é minha, é pra mim.
O egoísmo da diversão, da dor, até mesmo do amor, transformou a minha dor em concreto, intransponível e infindável.
Esperar é só o que faço. Espero a dor passar. Espero o amor mudar. Espero. Espero enquanto espero. É isso.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pó.

A palavra vira pó.
Sentimentos.
Alegrias.
Promessas.
Pó.
O vento sopra, leva o pó, não sobra nada, nem o pó.
Pó.
Pó viram palavras ditas, soltas, pó.
Sorrisos.
Momentos.
Tudo vira nada, vira pó.
O pó, negócio mais triste, não sobra nada, só tristeza, nem o pó.
Amor vira pó, tudo vira pó.
O pó vira pó, que vira pó, que o vento assopra, que vira nada.
A palavra vira pó.
O sonho vira pó.
E tudo acaba virando pó, assim é o fim de tudo.
Pó.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Estranha tristeza sem vocês.

Queria estar nas fotos, receber os abraços, ver o sorrisos, compartilhar o porre, o maço de cigarro sempre em dupla, as performances, as poses, as risadas, a alegria e a tristeza, o choro, com vocês.
Meu coração fica triste, sente falta, sente medo por um dia não ser mais importante, mas ao mesmo tempo ele está sempre lá, onde estão, por mais que não percebam, que não sintam, meu coração está lá.
Fico triste ao ver que a falta de tempo da vida, e diversos compromissos novos me fizeram me afastar de vocês.
Como sinto falta!
Uma parte de mim está sempre meio vazia, incompleta, esperando pelo momento que a presença, somente a presença de vocês encherá essa parte, me fazendo sentir completa.
Estou triste por não ter compartilhado mais uma vez um momento tão doce com vocês, porém feliz, pois vejo que continuam os mesmos, lindos, que me fazem continuar apaixonada por tê-los por perto, mesmo que de longe.
Quando digo que sinto saudade é porque está doendo, realmente sinto, nada é da boca pra fora, com vocês é impossível.
Posso ficar 500 anos sem ver nenhum de vocês, mas lembrarei com carinho de cada um e a saudade aumentará cada dia que passar, até que um dia ruirá e explodirei, pois não há outro caminho.
Amo cada um de vocês de um jeito, porém com tanta sinceridade e carinho que não posso descrever.
É uma tristeza estranha, doída, sentir falta de vocês, pois me sinto não fazendo mais parte de algo que pertence à mim.
Desculpem pelo dito afastamento, não é proposital, não é querido, apenas vivido sem o mínimo de coordenação lógica.
Mesmo que fisicamente não esteja ao lado de vocês, meu coração está sempre, impreterivelmente, inevitavelmente, sempre lá.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Esperança suicida.

O dia passou. Ninguém sorriu.
Aliás, lágrimas surgiram, para estarem lá, para constarem em sua presença diária.
Frustração constante.
Mas a esperança, que todo mundo insiste burramente em dizer que é a última que morre, se torna suicida.
Esperar não esperando mais, matando aos poucos cada dia mais essa ilusão, que de doce não tem nada.
Na verdade a espera é amarga pois se mistura com a certeza da frustração, então a esperança pela surpresa, pelo amor, fica escondida, se matando atrás desse gosto, dessa certeza de que nada que esperamos acontecerá.
Só uma pessoa sorri, a que não sabe o que os outros esperam dela. Sorri sem olhar para os lados, sorri somente olhando para seu umbigo, egocentro.
E ainda com a cabeça para baixo, para se autoenxergar sozinho, tropeça nos outros e os machuca sem dar atenção, com seus olhos voltados sempre para o seu dito orifício.
E assim o dia passa, ninguém que queria sorriu.
E a esperança como um suicida com navalha, deu mais corte em seu próprio pulso.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Só.

Eis meu destino: ser só, lutar só, quando precisar, só me ter pra me levantar, pra me ajudar, nunca contar com ninguém senão à mim.
Caio F., que depois de tanto tempo reli ontem, me fez lembrar que devemos continuar tecendo, mesmo entre estopas rasgadas. Então não sou diferente, eu teço, continuo tecendo, só.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

amigos...

Sinto falta dos amigos.
Não os esqueço, a todos, nem por um único dia.
Lembro sempre dos sorrisos, dos abraços e me vem a saudade.
Não os deixei, impossível, apenas minha vida corre num ritmo que não consigo acompanhar e nem sempre consigo colocá-los dentro dela comigo.
Leio coisas, lembro de momentos, sinto falta.
Saudade grande!

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante." (Loucos e Santos - Oscar Wilde)

terça-feira, 27 de julho de 2010

O não-sentido da vida

Gostaria muito de saber o por quê estamos presos em uma vida que não queremos, que sentimos que não nos pertence?
Todos dizem, "se não está feliz, mude".
Fácil dizer. Mudar como? O que?
Viver pela metade parece um estigma do ser humano.
Nunca ninguém se sente completo.
De tão incompleto que vive, se completo estivesse, não saberia, reclamaria.
Vejo tanta arrogância, prepotência e superficialidade o tempo inteiro que chego a desacreditar nas pessoas, no amor, na felicidade. Me embrulha o estômago, sinto náuseas.
Podem ser apenas momentos, não sei, mas imagino um mundo que possa ser pra sempre assim, inocência, pobre inocência. Tanto que beira à ingenuidade.
Me incomoda pessoas se vendendo, não no sentido literal, mas no sentido carne num açougue.
Venda seu corpo, sua inteligência, seus sentimentos.
Coloque fotos sexy na internet, se venda, seja superficial.
Não há nada profundo, nada além.
Superexposição do sexo, do amor, da vida, da felicidade.
Não sou assim, me sinto anormal por não ser assim.
Me vender pra quê?
Me cansa essa vida.
Queria tê-la totalmente diferente.
Queria a liberdade de sentir, de viver, de dizer, de amar.
O passado é perseguidor do presente, não o deixa livre nunca, está sempre rondando, se camuflando, se preparando para dar o bote.
Tanta coisa acontecendo, sempre comparações, desconfianças.
Acho que precisamos de uma pá, para cavar entre tudo isso e encontrar algo bom para sentir.
Não podemos mudar nossa vida?
Ou não queremos?
Mas como?
Não há jeito, desconfio.
Continuaremos a viver nessa superficialidade absurda, entre sexo, amor, dinheiro e felicidade.
Coma essa superficialidade com uma colher de café, pois é uma superfície tão fina, que por qualquer motivo se rompe e não sobra nada.
Sinto que esse é o não-sentido da vida.
Se contentar com a superfície fina, nunca se sentir completo e nunca conhecer o outro como ele é, apenas como se mostra ser.