Hoje o dia está bonito, como há muito não fazia.
Então ela resolveu sair de casa.
Se arrumou, se pintou, e saiu.
Olhou o dia, o sol brilhante, se alegrou, sorriu.
Conferiu se sua bolsa estava completa, estava. Batom, celular, carteira, e uma pequena garrafa com gim.
Não sabia direito pra onde ir, pois sua vida era invertida, "lugar comum" em sua profissão.
Foi caminhando, com seu salto alto, em direção ao parque Trianon.
Lembrava vida, via árvores e até pássaros, com o sol, tornava-se uma cena de filme francês.
Ficou lá sentada por horas, vendo os outros viverem suas vidas, o tempo passando.
Agora sentia tristeza por sua vida, mesmo com um dia bonito.
Amor forçado não é amor, não traz amor, não vira amor. Não vira nada, somente sustento. Uma balança desigual.
Estava anoitecendo, o parque começara a esvaziar e logo iria fechar.
Foi embora.
Foi pra casa se trocar.
Guardou a sensação do dia bonito.
Bebeu um gole do seu gim.
E foi trabalhar.
Continuou uma outra cena de filme francês.
Agora o dia não era mais bonito, era escuro, promíscuo, vazio, mas ela tinha o gim, o sustento e a esperança de outro dia bonito.
fico um pouco triste em ter me identificado um pouco com isso tudo.
ResponderExcluirVer os outros vivendo e sentir sua própria vida lutando pra existir, se arrastando cada vez mais lentamente... E engulo o gim pra disfarçar a melancolia, mais uma vez.
ResponderExcluirÀ espera de uma dia bonito.